Segunda-feira, 27 de Julho de 2009

Foto em destaque

A foto que ilustrao meu post de hoje, (um poema de José Jorge Letria, "A Minha Saudade Tem O Mar Aprisionado"), encontra-se em destaque na frontpage do SAPO. Os créditos dela, vão inteiramente para o seu autor, João Costa.

Agradeço ao SAPO o destaque, e ao João Costa a amabilidade com que me disponibilizou a reportagem fotográfica que, em Dezembro último, fez sobre a Ilha Terceira, reportagem essa que tenho em minha posse e da qual a referida imagem faz parte.

Para ver outras fotos do mesmo autor, clique aqui.

Jo

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Palavra de Joanina às 21:46

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A Minha Saudade Tem o Mar Aprisionado

Monte Brasil, Ilha Terceira, Açores - Foto de João Costa

A minha saudade tem o mar aprisionado
na sua teia de datas e lugares.
É uma matéria vibrátil e nostálgica
que não consigo tocar sem receio,
porque queima os dedos,
porque fere os lábios,
porque dilacera os olhos.
E não me venham dizer que é inocente,
passiva e benigna porque não posso acreditar.
A minha saudade tem mulheres
agarradas ao pescoço dos que partem,
crianças a brincarem nos passeios,
amantes ocultando-se nas sebes,
soldados execrando guerras.
Pode ser uma casa ou uma rede
das que não prendem pássaros nem peixes,
das que têm malhas largas
para deixar passar o vento e a pressa
das ondas no corpo da areia.
Seria hipócrita se dissesse
que esta saudade não me vem à boca
com o sabor a fogo das coisas incumpridas.
Imagino-a distante e extinta, e contudo
cresce em mim como um distúrbio da paixão.

José Jorge Letria, in
"A Metade Iluminada e Outros Poemas"

 

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Palavra de Joanina às 04:09

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Sexta-feira, 19 de Junho de 2009

A Festa do Sol

Hoje, Sexta-feira, 19 de Junho de 2009, e sob o tema "A Festa do Sol", têm início na cidade de Angra do Heroísmo, as Sanjoaninas, festas tradicionais da ilha Terceira em honra de S. João, com duração de 10 dias, e com um vasto programa que engloba diversas áreas, como a música, a gastronomia,  o desporto, a etnografia e a tauromaquia. 

 

Mensagem da Senhora Presidente da C.M.A.H

(Andreia Cardoso da Costa)

"Após as celebrações dos 25 anos como Património Mundial, Angra está novamente em festa, celebrando a identidade de uma cidade de valor universal excepcional, com uma cultura rica e diversificada.

As Sanjoaninas são sem dúvida as mais emblemáticas festividades da ilha Terceira e dos Açores, celebrando a cidade de Angra de Heroísmo em torno do seu patrono, São João.

São dez dias de reencontros e de alegria, onde se partilham as novidades e se relembram histórias antigas. As ruas da cidade vão encher-se de vida e de animação, algo que o tema deste ano claramente favorece.

“A Festa do Sol” simboliza a energia das nossas gentes, numa mensagem clara de esperança e de luta contra tempos mais adversos, nesta crise planetária que passamos.

Mas é a festa que se celebra nestes dias, e nesse sentido, espero que as várias actividades programáticas preparadas pela Comissão das Sanjoaninas 2009 sejam do agrado de todos."

 

Mensagem do Presidente da Comissão das Sanjoaninas 2009

(Miguel Costa)

"E chegamos de novo às Sanjoaninas, esta verdadeira explosão de vida e alegria, onde permanentemente se celebra o ser angrense, com toda a hospitalidade, simpatia e graça que nos reconhecem.

São dez dias de intensa actividade, com muita energia e acção, passando pelos elaborados cortejos, espectáculos musicais, feira taurina e degustações castiças, assim como pelo matar das saudades e o descobrir de uma nova esperança para as gerações que se seguem.

Tudo isto se baseia numa maneira de pensar moldada pela nossa cidade, pela nossa cultura, onde a comissão organizadora, um fantástico grupo de cerca de 60 pessoas, que praticamente desde Julho de 2008 vem entregando muito de si às Sanjoaninas.

Assim, imbuído de todo este positivismo e esperança no futuro, damos as boas vindas a todos às Sanjoaninas 2009 e à pulsante cidade de Angra do Heroísmo"

 

Mensagem da Jo

Home', ó vocês!!! "Divirte-se" vocês bastante nas "nossas"festas, e não que se "esquece" vocês de beber uma sangria à saúde desta vossa conterrânea que anda cá fora a lutar p'la vida! ;)

Jo 

 

A Festa do Sol - Sanjoaninas 2009

(imagem retirada da net)

Para consultar o site oficial das Sanjoaninas 2009, cilque aqui

 

Palavra de Joanina às 05:03

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Quinta-feira, 21 de Maio de 2009

Balada para Angra

 

Ilha Terceira, Açores - Foto de João Costa

 

É pecado dizê-lo, amor, mas se eu fosse Deus, serias irremediavelmente a minha namorada. Apanharia com doçura a tua mão esguia e os teus dedos breves como madrugadas azuis do nosso silêncio e saberia, então, encostar-me à tua baía de todas as bonanças. Se eu fosse Deus, amor, ia percorrer-te a cada instante nas tuas marginalidades e nos teus epicentros sempre prontos a bulir e acabaria, irremediavelmente pecaminoso, ancorado a uns lábios de um luar saboroso até que o mar acabasse. Amor, se eu fosse Deus, iria ajoelhar-me até ao fim de tudo para te levar, com glória, para um reino que não é deste mundo.

Decerto que endoideci de paixão. Em vez alguma poderei entrançar-me nos teus cabelos longos e lindos e belos, nem adormecer sossegadamente no teu colo de verdura terna. Levou-te o mar para presente dos Oceanos. Eles são valentes e grandiosos, mas não foi isso que tinhamos combinado.

 

José Daniel Macide in Crónicas com Flores, 18 de Junho de 1996

 

Na minha opinião, este é um dos mais belos textos que alguma vez já se escreveu acerca da minha cidade natal, a cidade de Angra do Heroísmo.

 

Hoje sinto-me: Angrense
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Terça-feira, 19 de Maio de 2009

A (má) sorte de varas

Para quem ainda tenha dúvidas:

“As ‘sortes de varas’ são actos tauromáquicos extremamente violentos típicos das touradas em Espanha, estando em crescendo o número de vozes e de movimentos que a contestam. Nas ‘sortes de varas’, os touros estão com os cornos inteiros e investem desesperadamente contra um cavalo – que tem uma imensa e muito pesada armadura a toda a sua volta e que tem os olhos tapados para não ter ainda mais medo do que já sente, enquanto, do alto do cavalo, o “picador” espeta uma longa lança – a vara –, com um ferro muito comprido e afiado na extremidade, no dorso do touro. Quanto mais o touro faz força para se soltar e tentar defender, mais o ferro comprido o perfura, rasgando-o e provocando-lhe um ferimento de gravidade extrema.”

 

Ao abrigo do novo Estatuto Político e Administrativo dos Açores, documento que veio reforçar a Autonomia Açoriana e dar mais poder à Assembleia Legislativa Regional, deu entrada nessa mesma assembleia no passado dia 24 de Abril, um Projecto de Decreto Legislativo Regional que pretendia legalizar a "sorte de varas" na região. Depois da muita polémica que o referido Projecto suscitou junto dos orgãos de comunicação e da população em geral, no passado dia 14 de Maio,  a proposta foi rejeitada com 28 votos contra, 26 a favor e 2 abstenções.

Embora, como penso que é óbvio de perceber, eu não seja aficionada, e mesmo estando longe da minha terra natal, Ilha Terceira - Açores, segui com atenção a evolução destes acontecimentos. Na altura optei por manter o silêncio, em parte porque a falta de tempo que tenho tido, não me deixou ter a concentração necessária para escrever e me pronunciar sobre um assunto que quanto a mim, não pode, nem deve ser abordado com leveza... E em parte também porque por vezes me é difícil falar e exprimir opiniões sobre questões que quanto a mim, de tão arcaicas e fora do contexto que são, já deviam há muito ter sido postas de parte, e não deviam sequer fazer parte das nossas agendas, quanto mais das agendas de quem tem nas suas mãos a responsabilidade de gerir e de, supostamente, conduzir o futuro de um povo e de uma região! 

Penso que não é surpresa para ninguém, que seja minimamente atento e tenha dois dedos de testa, se eu disser que sou DETERMINANTEMENTE CONTRA TODO E QUALQUER ESPECTÁCULO DE ENTRETENIMENTO QUE ASSENTE NA HUMILHAÇÃO, TORTURA E MORTE DE QUALQUER SER VIVO! Para mim, actos bárbaros, não são nem nunca poderão ser considerados cultura, e quanto à tradição (partindo do princípio que é nessa base, a meu ver falsa e deturpada, que assenta o referido Projecto), o que eu digo é que como todos nós sabemos, na história da humanidade (felizmente!) muitas tradições foram desaparecendo e caindo em desuso, precisamente por já não se enquadrarem na forma como as sociedades, e as mentalidades, foram evoluindo. É desta forma que os tempos mudam e avançam, e é assim que fomos, e vamos, progredindo.

Que eu saiba, e tanto quanto me lembre, a "sorte de varas" não é uma tradição da tauromaquia terceirense, e a prová-lo está o facto de que o povo dela não gosta!... A prová-lo está o facto por demais evidente de que, quando há alguns anos atrás se tentou, à revelia, introduzir a prática na Feira de S. João que se realiza em Junho por altura das Festas Sanjoaninas, o povo aficionado da ilha Terceira não aderiu a esse tipo de corridas.

Para que não restem dúvidas, e para informação de quem não tenha conhecimento, o povo da minha terra não é sanguinário, não é cruel e não é inculto! O povo da minha terra é de boa índole, tem bom coração e sabe acarinhar e proteger a natureza, pois é dela que afinal vem a grande parte do seu ganha-pão!... Para que não restem dúvidas, e para que não hajam equívocos, o povo da minha terra não pode, nem deve!, ser confundido com minorias elitistas e com os seus ideais deturpados e obsoletos!

Dirão os "entendidos" que porventura me lerem, que eu não sei do que falo... Que não entendo nada de tauromaquia. E eu respondo, pois não meus senhores, não sei, nem quero saber!! Há assuntos sobre os quais prefiro não saber os detalhes, pois o todo só por si, já me causa a náusea e a repulsa suficientes para que eu os repudie!... O que eu sei mesmo, do que eu entendo mesmo, é de vida e do respeito que por ela, nas suas mais diversas formas, todos nós devemos ter! E isso a mim é quanto me basta para formar a minha opinião acerca de espectáculos que desde a minha mais tenra idade condeno,  porque sempre os considerei, e continuo a considerar, actos de violência desnecessária que nada abonam a favor do carácter da espécie animal à qual às vezes me envergonho de pertencer, e a qual se diz ser a racional!

Para finalizar, quero ainda acrescentar, que a mim me faz pena constatar que foi esta a estreia do novo Estatuto Político e Administrativo dos Açores, pois atitudes como esta só vêm reforçar a opinião de quem a ele se opôs desde início. Numa região onde há tanto por fazer, melhor seria que os senhores deputados aplicassem o novo Estatuto, e o seu (e nosso) tempo de antena para debaterem e aprovararem projectos que, esses sim, viessem favorecer a nossa região, e as suas populações em geral. Projectos que nos fizessem avançar e progredir, e não que nos fizessem mais uma vez ficar a marcar passo no tempo.  

Ponham a mão na consciência, senhores governantes, e deixem de uma vez por todas de dar voz, e protagonismos, a complôs autistas, que de todo não representam a vontade da maioria do povo açoriano!!! Caso V. Exas. ainda não percebido o mundo está a avançar no sentido inverso do que esse Projecto propunha, e ainda que não o aprovando, é certo , mas mais que não seja permitir que se dê tamanho destaque a assuntos como este, que deviam era há muito estar mortos e enterrados, por vossas (e nossas) mãos, não abona nada, mas mesmo nada, a favor da tal imagem de Paraíso Natural que pretendemos projectar para o exterior, e que pretendemos passe a ser o "cartão de visita" das nossas ilhas .

Espero sinceramente que este (mais que lamentável) assunto, tenha ficado encerrado, de vez por todas.

Jo

 

Ah, e já agora, para os mais esquecidos, aqui fica só, mais uma coisinha:

 

Declaração dos Direitos dos Animais, aprovada em Outubro de 1978 pela UNESCO, e seguidamente pela ONU

 

Artigo 10º
1. Nenhum animal deve ser explorado com sofrimento para entretenimento do homem.
2.
As exibições e os espectáculos que impliquem a dor de animais, são incompatíveis com a dignidade do animal.


Artigo 11º
1. Todo o acto que implique a morte de um animal, sem necessidade, é um biocídio, ou seja, um crime contra a vida.
2.
As cenas de violência nas quais os animais são vítimas, devem ser proibidas no cinema e na televisão, salvo se essas cenas têm como fim mostrar os atentados contra os direitos do animal.
 

 

Hoje sinto-me: Indignada!

Joanina (sem agá), sou eu!

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