Segunda-feira, 3 de Janeiro de 2011

Uma História de Ano Novo ou O Misterioso Caso do Cano Entupido

Pelo seu conteúdo esta história não é aconselhável a maridos, canalizadores e ambientalistas. E muito menos aconselhável será a maridos que em simultâneo acumulem funções de canalizadores e ambientalistas.

 

Novembro, 25, 2010 - Dia de Acção de Graças nos States (ou Dia do Perú).

Depois da refeição terminada, encontrei-me a braços e sem saber o que fazer à gordura apurada no assado de perú. Ora eu, geralmente guardo debaixo da pia de lavar a loiça, uma lata onde vou vertendo os desperdícios gordurosos, e depois o Husband, supostamente, encarrega-se de levar a dita cuja para o lixo. Mas a verdade é que o Husband não leva muito a peito esta tarefa, e a lata rançosa na maior parte das vezes e por tempo infinito, acaba é irremediavelmente debaixo dos meus pés, o que para falar com franqueza me incomoda um bocado, pois eu acho-a uma lata nojenta. Por essa razão, um dia passei-me, dei descaminho a lata e não a substitui por outra, acto do qual logo me arrependi quando fiquei sem saber o que fazer para me livrar da gordura da dita avezinha. O Husband, assim que se apercebeu da minha indecisão e da ausência da lata, veio logo dar o seu bitaite: nem penses em deitar isso pelo cano abaixo, pois é entupidela na certa!... Pois... Já se está mesmo a ver que ele nunca devia ter dito tal coisa porque o facto é que eu tenho este meu espírito rebelde que as vezes me é muito dificil controlar... E mal ele ainda não tinha virado as costas, já estava eu a dizer bye-bye aos restos mortais do pinto que nos tinha servido de repasto. Assim, sem mais nem menos! Num ápice e num acto de rebelião, verti tudo pelo cano abaixo, à mistura com muita água quente, sabão da loiça concentrado, e risos de triunfo à socapa. 

 

Dezembro, 31, 2010 - Noite de Passagem de Ano

Entendeu por bem e por misericórdia, Deus mandar-me o castigo, já estava eu a terminar os preparativos para o jantar do Final do Ano. A água corria da torneira enquanto eu lavava as últimas pecinhas de loiça e passava um esfregão nas amaçarias. Vai o Husband à garagem e de lá grita: fecha a torneira, fecha a torneira, que a água está a sair pelo cano da máquina de lavar roupa (isto tudo em amaricano, é claro!). Fecho a torneira e apresso-me para ver o estrago... Nem vos conto os pormenores, pois não vale a pena, era muita água misturada com desperdícios não identificados, e tudo isto cobria o chão da garagem. Ainda tentamos desentupir os canos mas sem sucesso. Varremos como podemos a água e afins para a rua, fechamos a porta, e tentamos encarar a coisa pelo lado positivo. Nessa noite, não lavamos a loiça depois do jantar, e não ficamos com problemas de consciência.

 

Janeiro, 1, 2011 - Primeiro Dia do Ano

Telefonámos a pedir ajuda ao marido de uma amiga, pois ele é mais ou menos um faz-de-tudo. Ele prontificou-se logo e apresentou-se na nossa casa equipado com as suas ferramentas... Uma snake, que ele vai desenrolando e metendo pelo cano adentro até encontrar a obstrução. Eu sei que isto lido assim pode ter várias conotações, mas a verdade é que foi assim mesmo que ele me explicou que se fazia, e se bem o explicou, melhor o fez! O Husband ficou a dar-lhe assistência no desenrolar da snake e eu fui à minha vida... Dali a um bocado voltei para me pôr a par do ponto da situação e qual não é o meu espanto quando ouço o dono da snake dizer:  já encontrei uma obstrução no cano, mas é assim como que uma coisa mole e viscosa que não consigo tirar pois a snake passa pelo meio. Eles, os meus canalizadores de ocasião, estavam muito intrigados com a "coisa mole e viscosa", mas eu cá a mim fez-se-me logo luz... Ora agora deixem lá ver que isto não e senão a estupora  da gordura do perú que voltou para me assombrar??!!!!... Deixei-me ficar calada que nem uma rata!!! Os suores cobriam-me, mas eu não perdendo a compostura fingi-me muito espantada também!!!!!!!!!!...

Ai tal angústia, vôces!!! E agora como é que eu me ia safar desta?!  É que eu conheço bem o Husband que tenho e isto era coisa para ele me tirar o juízo para o resto das nossas vidas em comum. Durante meses, eu tinha a certeza que todas as conversas iriam parar aos restos mortais do perú,  o tal que ele me tinha avisado para não pôr no cano, e que mesmo assim e à falsa fé tinha posto, e depois os canos tinham ficado entupidos, and so on and so on... 

Nisto eu pensei: Maria Joanina, put your act together!!! Há que não entrar em pânico... Mesmo que o outro, e com a sua snake mágica, te tire do cano um perú inteiro com penas e tudo, tu vais fazer como Pedro, negar 3 vezes e dizer que o perú não é teu! E com veemência vais afirmar, que não fazes a mínima ideia como é que ele te foi parar ao cano. Que com toda a certeza ainda é peru da tia que morou na casa antes de ti... aquela badalhoca! (eu sei, eu sei que é feio mentir, mas às vezes, e por causas nobres, há que fazer pela vida)... E pronto, de plano já traçado, com serenidade, aguardei o meu veredicto.

Mas quis Deus, que afinal a coisa não correu mal para os meus lados, pois parece que o perú saiu do cano já muito deteriorado, à mistura com alguma gadelha e outras coisas não identificadas. E isto tudo conjugado, fez com que os meus canalizadores, que diga-se em abono da verdade também não eram do mais especializado, não se apercebessem da gravidade da situação, nem de quem seria a principal culpada no misterioso caso do cano entupido. Tudo está bem, quando acaba bem.

Mas no entretanto, pelo sim pelo não, eu já pus outra vez uma latinha rançosa debaixo da pia de lavar a loiça...

 

Moral da História: Neste ano de 2011 eu prometo tentar controlar melhor o meu espírito de rebelião, ter melhores comportamentos ambientais, e não deitar gorduras pelo cano!

 

Hoje sinto-me: FELIZ ANO NOVO!!!
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Palavra de Joanina às 00:34

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Sexta-feira, 1 de Janeiro de 2010

Mensagem de Ano Novo

Para terminar o ano "em beleza", ontem, mais dois gatos foram parar ao gatil da VIVA devido ao facto da dona ter perdido o emprego e consequentemente a casa, o que faz com que neste momento esteja a viver no carro, lutando para sobriver com um parco cheque da segurança social e a ajuda da caridade alheia.  Este infelizmente não é um caso isolado, sendo de facto  o quarto no género com que tivemos de lidar nos últimos tempos, consequências todos eles de uma crise económica que não é decerto novidade para ninguém.

Todos os dias, sentados no conforto das nossas salas de estar, assistimos ao desfilar de notícias que são os sinais dos tempos que atravessamos... Fábricas que fecham, despedimentos em massa, casas e bens penhorados pelos bancos, vidas postas em stand by à espera de tempos melhores que queremos acreditar ainda estarão para vir. Ficamos chocados, solidários, mas seguimos em frente, pois afinal é assim a vida... E porque afinal a verdade é que de certa forma já nos tornamos todos quase que imunes no que toca à desgraça alheia traduzida em forma de matéria para "encher" telejornais de horários nobres.

Mas tudo muda de figura quando essa desgraça toma um rosto, quando a vemos e ouvimos contada na primeira pessoa, quando a olhamos olhos nos olhos e lhe pressentimos a tristeza e o desalento. Aí não lhe podemos mais ser indiferentes pois percebemos que afinal ela acontece mesmo, e o que é mais assutador, a pessoas como nós. Nesse momento revelador em que a notícia deixa de ser notícia e passa a ser um facto real e palpável, vemos que tudo afinal é mesmo efémero, e que a nossa realidade e as nossas certezas de hoje podem não ser de todo as mesmas de amanhã... A nossa vida, e tudo o que possamos possuir, não passa mesmo de um castelo de cartas que pode ruir em segundos com o mais breve sacão do destino ou da vida!...

Ontem foi um dia triste, e cheguei a casa com o meu ainda coração confrangido pelo pranto daquela mulher que podia muito bem ter sido eu, num tempo não muito distante da minha vida em que só contava com o fruto do meu trabalho para me sustentar a mim, e aos meus gatos. Ontem quando entrei na minha casa, (esta casa que não está de todo ainda decorada como eu gostaria que estivesse e que ainda tem um quarto vazio porque não temos mobília para lá pôr), e achei-a a mais linda e acolhedora casa do mundo! Ontem a minha Ceia de Fim de Ano, feita à pressa porque tive de trabalhar todo o dia, pareceu-me a mais requintada e deliciosa das refeições! Ontem de cada vez que o aquecimento central disparou eu senti-me a mais sortuda das mulheres!  E à noite quando me deitei, a minha cama pareceu-me a mais macia e quente das camas... E o ronronar do meu gato encostado aos meus pés deu-me uma paz indescritível!

Eu sei que esta é a altura do ano em que por tradição desejamos que todos sonhos se realizem e todos desejos se concretizem, mas numa época em que tudo é tão incerto e em que tanta gente luta para conseguir ter apenas o suficiente para poder manter e viver uma vida com o mínino de diginidade, eu não ficaria em paz com a minha consciência se me deixasse levar pelo calor do momento e fosse muito ambiciosa nos meus votos para 2010. Como tal, e se me permitem, vou ser modesta e vou-me ficar pelo básico... Assim sendo, este ano o que desejo para mim e para todos, é: Um tecto que nos abrigue, um lar que nos dê segurança, meios de subsistência que nos permitam viver uma vida com um mínimo de conforto, e "pão" nas nossas mesas todos os dias. Que nunca percamos a coragem e a esperança!

Feliz Ano Novo!

Jo 

  

Catálogo de vôos:
Sábado, 3 de Janeiro de 2009

2009

HAPPY NEW YEAR!!

(um bocadinho atrasado)

 

Espero que todos entrado com o pé direito em 2009 ! Faço votos para que este seja um ano de Paz, Saúde, Felicidade e Desejos Realizados.

 

Por cá, tudo numa boa... Muita comida, "budida" q.b., uns quilos a mais, alguma preguiça, espírito de férias ao rubro, e a alma quentinha, aquecida pelo calor de um tempo precioso passado com a família e os amigos.

Jo

 

 

Hoje sinto-me: Renascida
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