Esta história é a preto e branco e começa assim:
Há cerca de 10 anos atrás conheci um homem maravilhoso... Esse homem é afro-americano, assim como o é toda a sua família, que por laços de amor e afinidade se tornou a minha familia também. Sim, a minha família também, porque esse homem maravilhoso que eu conheci então, hoje é meu marido.
O amor quando verdadeiro não conhece raças ou credos, e embora a nossa jornada nem sempre tenha sido a mais fácil, tudo conseguimos ultrapassar e superar, porque o que nos une é um amor verdadeiro.
Hoje já todos se habituaram a ver-nos juntos, e agora quando alguém olha para nós, eu sinto que vê simplesmente um casal como outro qualquer, um casal que se ama e é feliz. Mas nem sempre foi assim... No início, porque nos conhecemos e começamos a namorar numa terra pequena onde todos se conhecem e o que sai da "normalidade" esperada salta à vista, sentimos por vezes o quanto pesa e custa, ser diferente... Onde quer que estivéssemos, havia sempre um olhar, um esgar, até às vezes mesmo uma exclamação menos simpática, que nos fazia tomar a consciência de que nós não eramos considerados um casal como os outros, e isso apenas e sómente, porque as nossas peles não tinham a mesmo côr!
Foram tempos algo difíceis em que, hoje e aqui pela primeira vez admito, em que muitas vezes optamos por ficar em casa e não sair, para não termos de ser confrontados com atitudes que para nós não faziam sentido, mas que ao mesmo tempo nos causavam constrangimento e desconforto. Felizmente, tudo passou... Às vezes diziam-me os mais chegados, que tudo passaria quando "as pessoas" se habituassem a ver-nos juntos... E assim foi. Mas lá por ter passado, não quer dizer que não tenha marcado e causado alguma mágoa e desgosto. E não quer dizer, que às vezes não deixe ainda na boca um travo amargo, e não cause uma pontinha de sofrimento. Mesmo passados todos estes anos!
No entanto tudo valeu a pena, e agora eu vejo, eu sei, que no dia em que conheci o homem que hoje é meu marido, eu fui abençoada por um qualquer poder divino! É que hoje, e graças a isso, para além de ter um companheiro de vida fantástico, eu tenho também a sorte, e a felicidade, de fazer parte de uma família excepcional que me recebeu de braços abertos, e que desde o primeiro momento me acarinhou.
Os meus sogros, a quem eu chamo de mom e dad, chamam-me a mim de my child... Assim como o chamam a cada um dos seus 5 filhos. Os meus cunhados chamam-me de sister... (À excepcao do meu cunhado mais novo que me chama de big sister... Não,não por eu ser uma rapariga avantajada de peso, mas porque eu sou a mulher do seu big brother) E os meus sobrinhos, são crianças lindas de todas as idades, que me chama de aunt ou auntie... Eu sou acolhida nesta família como filha, como irmã, como tia, como IGUAL!!! E sou acolhida sem reservas, de alma pura e coração aberto. Eu sou parte deles, e eles parte de mim... A todos também acolho. A todos amo.
De cada vez que estamos juntos, eu percebo o quanto sou priveligiada por com eles poder partilhar, e através deles ter oportunidade de viver e conhecer, a sua cultura, os seus costumes e as suas tradições, que tanto me fascinam. Isso a mim só me torna uma pessoa mais rica, um ser humano melhor. Com eles tenho aprendido generosidade, igualdade, esperança, perseverança, fé, e amor!... E há dois dias atrás, porque sou uma deles, com grande orgulho e honra, com eles partilhei lágrimas e rejubilei de alegria.
Yes, Mom, this is The Dream!!!
Yes, my beloved sis' Cathy, now you can tell your children, "you have no limitations"!
Thank you for having me as part of your family. I love you all.
A "branca mais preta da América" (como o Husband me chama),
Jo
À minha familia B. na Florida, em Washington e na Jamaica.
Ao meu homem, meu companheiro e meu Husband dear.
Vôos Regulares
Academia do Bacalhau da Ilha Terceira
Escalas Obrigatórias (para ajudar, ou saber mais sobre as seguintes causas, clique nos links)
Gatos Abandonados (Monte Brasil)
VIVA - Volunteers for Inter-Valley Animals
Refeições a Bordo