Acerca do meu post de ontem, o Marco Aurélio do Propaganda & Arte, deixou aqui no blog um comentário que me comoveu particularmente.
Pela sensibilidade que transborda das palavras, pela beleza, e pela ternurenta história que conta, não resisto a dar-lhe destaque de página principal, e partilhá-lo com todos.
Aqui vai... O Marco disse assim:
"Puxa, Jo! Que beleza de consideração pelos animais, pela FOCINHOS & BIGODES e por mim.
Muito obrigado, mesmo. Fiquei bastante feliz porque isso prova que os animais ainda dizem muito às pessoas. E dizem do jeitinho deles: com um olhar sempre meigo, com "um sorriso" lá à moda deles, com um abanar de rabo, com latidos de felicidade quando sentem nosso cheiro à distância e sabem que estamos chegando em casa e pulam de felicidade quando entramos porta adentro, nos recebem com euforia e lambidas "generosas" de carinho e felicidade por estarem novamente conosco.
Um cão transmite tantas mensagens boas quando nos olham no fundo dos olhos como muitos humanos nunca, jamais, olharam para outros humanos que fica impossível não percebermos o quanto gostam da gente, o quanto sentem a nossa falta, o quanto "morrem" quando morremos. Alguns até morrem mesmo! De fome, de sede, de amargura, de saudade, de tristeza, de melancolia pela falta que sentem de nosso cheiro, de nossa mão lhes acariciando, de nosso olhar, de nossos gestos todas as vezes que vamos alimentá-los colocando ração em seus "pratinhos".
Cães são anjos, almas boas em outra forma corpórea que vêm ao mundo para nos dar alegria e prazer. Pra nos fazer ter noção do que é amizade, respeito, carinho, simpatia e amor, enfim. Ensinam-nos ao longo da jornada em que estamos juntos com eles a importância do afeto e do amor sem exigir nada em troca. Amor por puro amor. Tive cães desde muito pequeno (aos dois anos já tinha um boxer que foi meu amigo até a sua morte e depois dela também) e por morar em apartamento não tenho mais nenhum. Além disso, tenho um medo profundo de sentir o que senti quando o meu adorado "Doctor" morreu. Eu tinha treze ou quatorze anos e até hoje me lembro de como me senti; a depressão que não queria me largar. Compartilhei a minha infância inteira e início de adolescência com ele. Os meus sonhos, os meus amigos imaginários, as minhas tristezas e as minhas alegrias. Eram "conversas" intermináveis e muito gostosas sempre acompanhadas com muita atenção por aqueles olhos lindos e meigos que tinha o meu adorado cão.
Tantos foram os banhos alegres com a borracha d’água do quintal...Tantos foram os cochilos sobre sua barriga, após os almoços de domingo quando a família se reunia para uma farra gastronômica regada a água de coco, essas frutas tão saborosas que eram colhidas em nosso próprio quintal... Tantos foram os filmes que assisti na TV, após a escola, com o “Doctor” deitado ao meu lado e se assustando com algum eventual tiroteio que acontecesse no filme...Tantos foram os pedacinhos de comida e doce que lhe dei (escondido da minha mãe) e que lhe davam uma felicidade imensa, retribuída imediatamente com uma lambida, um abanar do seu “cotoco” de rabo e um olhar meiguíssimo... Este cão, o meu cão, soube do meu primeiro beijo e conheceu a minha primeira namorada, mas era tão amigo, sabia tão bem o lugar que tinha em meu coração que não sentiu nem um pingo de ciúme. Ao contrário, tentava agradá-la ao máximo fazendo-lhe festas sempre que a via, pois sabia que isso ia me deixar feliz e me fazer amá-lo ainda mais. Tenho muitas saudades do meu “Doctor” que infelizmente se foi depois de sofrer muito com uma tuberculose e me deixar noites inteiras sem dormir, rezando para que não partisse. Mas ele se foi apenas daqui da terra. Porém está em meu coração até hoje e de vez em quando até sonho com ele.
Um cão é isso. Alegria de viver. Mesmo não estando mais entre nós.
Um beijo enorme pra você, por seu respeito e carinho pelo que estou fazendo pelos cães da F&B e que farei, com certeza e sempre, por todos os animais.
Marco."
E agora digo eu: Obrigada, Marco!!... Começo a achar que você também é um anjo...
Um beijo enorme da Jo